quarta-feira, 10 de março de 2010

Focus - Sylvia

Bom dia!

Poderia ter feito uma postagem ontem em cima da hora, mas fiz questão de postar hoje, com calma, porque aconteceu ontem um show aqui em São Paulo dessa banda. Infelizmente, não pude comparecer por uma série de razões (inclusive financeira), mas é sempre bom ouvir Focus. Sempre mesmo.

Eu inicialmente era meio avesso ao rock progressivo. Contudo, se têm acompanhado o blog há algum tempo (ou pelo menos viram as postagens anteriores), perceberam que postei muita coisa que seria enquadrada neste estilo. Como, por exemplo, Jethro Tull, King Crimson e Emerson, Lake and Palmer. Todas excelentes, sem sombra de dúvida. Boa parte de minhas reservas se devia ao Pink Floyd que, até hoje, só consigo gostar mesmo de uma única música (que talvez até poste por aqui algum dia).

Portanto, comecei minahs viagens neste sentido com o Yes. Não o velho Yes, mas o Yes dos álbuns 90125, Big Generator e Talk. Mesmo tendo sido Roundabout a primeira música deles que me lembro de ter ouvido, foram estes álbums que me fizeram correr atrás e curtir os anteriores. E onde o Focus entra nesta história?

Simples. O Focus foi a banda que me fez parar e pensar: "Caramba! Eu realmente gosto de rock progressivo!". Não aquelas baboseiras de sons de animais e experimentações bizarras, mas coisas interessante, inebriantes e, por que não, viajantes (mas sem a psicodelia ou o uso de alucinógenos). Hocus Pocus me fascinou a primeira vez que ouvi; contudo, escolhi uma outra canção deles que ouvi por acaso enquanto buscava coisas novas da discografia deles para ouvir.

Não sei se já tiveram essa sensação de ouvir uma música que reverbera em algum momento muito, mas muito distante de sua própria história de vida. Tão longínquo que você nem mesmo sabe identificar quando. É aquela pequena série de acordes que faz você pensar: "Eu já ouvi isso antes em algum lugar". Não na rádio, não na casa de amigos; em algum lugar, em algum tempo. Sylvia fez isso comigo.

Ouvindo-a sinto que, se realmente existisse reencarnação, eu a teria ouvido minutos antes de minha morte em seu ano de lançamento e, após expirar, já teria sido posto na fila para nascer logo depois. Notem, por favor, que isso é uma analogia; seria mais correto dizer que essa música é como um toque de eternidade em minha vida. Não sei se algum momento passado ou futuro tem essa trilha sonora; mas sei que tem, no meu íntimo.

Evidentemente, esta não é a melhor música que já ouvi na vida. E muito menos a melhor música do Focus (que tem muitas composições excelentes e muito mais interessantes como House of the King e Focus II). Mas ela passa essa sensação que somente as músicas de rock que ouvia na minha infância (entre três e sete anos) conseguem fazer.

Espero que gostem e que apreciem; não da mesma maneira que eu, mas que se interessem pelo bom e velho rock'n'roll. Aquele que é difícil de aparecer hoje em bandas mais recentes. Que punks não tenham preconceito por não serem ingleses; que metaleiros não façam o mesmo por não ser de países nórdicos; que brasleiros não cometam o mesmo erro por não ser MPB. Isso é música. E vai além da definição de um gênero.

terça-feira, 2 de março de 2010

Tsutchie - Sneak Chamber

Bom dia!

Como já disse anteriormente, não iam faltar (boas) músicas de anime por aqui. A escolha de hoje foi um tanto quanto difícil. Principalmente por se tratar de uma série cujas músicas não são exatamente o estilo que mais me agrada.

Samurai Champloo é uma série de anime lançada e dirigida pelo mesmo grupo envolvido com Cowboy Bebop. Se este anime eu somente me empolguei para assistir após ouvir a música de abertura, com Samurai Champloo não poderia ser assim porque o estilo de música não era definitivamente o jazz e o blues e sim o hip-hop.

Ou seja, apesar de achar algumas imagens legais, não me empolguei para assistir (e muito menos depois de ver a abertura). Então, um extinto canal de TV aberta aqui em São Paulo (Play TV) criou em sua grade de programação um espaço dedicado a animes. Não animes infantis e sim alguns melhores e mais adultos como Ranma, Trigun e, claro, Samurai Champloo. Certo dia, quis assistir Ranma e o que vinha depois era Samurai Champloo. Resolvi assistir.

Me arrependi de não ter me esforçado para assistir antes logo nos primeiros três minutos. Continuei não gostando das músicas, mas a qualidade visual, a atmosfera dos personagens me atraiu imensamente. Eu, que não sou ávido fã de ambientações no Japão feudal (acho um tanto quanto clichê demais - principalmente a romantização do samurai), achei muito bom porque não ficam sempre na mesmice. O que importa ali não é o local e o tempo em que se passa, e sim os personagens: Mugen, Jin, Fuu, o samurai com cheiro de girassóis e todos os outros secundários que aparecem e reaparecem. Fora que, antenados na época em que se passa, são mostrados até alguns portugueses (que se mantiveram na ilha, escondidos, após o fechamento dos portos) e holandeses (que mantinham certo tráfico de mercadorias).

E a parte dos anacronismos são as mais engraçadas. Como um duelo de pichadores e rapazes que fazem beat-box. É uma série que favorece risadas e reflexões mais sérias também, assim como Cowboy Bebop.

Mas, se a música não é lá aquelas coisas, porque raios estou postando aqui? Simples. Há um ano mais ou menos refiz minha tradição de assistir Cowboy Bebop e Samurai Champloo de novo. E comecei a prestar mais atenção nas músicas, até mesmo sem querer. E descobri que não só o encerramento (que tinha ressalvas também até que resolvi ouvir com atenção algumas vezes a mais) como muitas das que tocam durante os episódios são legais, principalmente por se relacionarem intimamente com as ações e situações dos episódios.

A primeira que notei isso toca, não por acaso, no primeiro episódio. Ela acontece durante a primeira luta entre Jin e Mugen. "Por um acaso", foi esta que escolhi para compartilhar porque é a que mais gosto da série toda, lado a lado com as duas canções de encerramento (Shiki no Uta e Small Circle of Friends). Principalmente pelos instrumentos parecerem ser de verdde e não ter aquela sonoridade artificial que se costuma ouvir em samples (principalmente em bateria e percussão). Mas existem outras interessantes. Devem ouvir sem preconceito, como eu fiz. Podem continuar não gostando de hip-hop (como eu), mas farão certamente algumas exceções.