domingo, 6 de dezembro de 2009

The Cure - Killing an Arab

Boa tarde!

A música de hoje é de uma banda muito velha já. Mesmo sendo muito mais conhecida por seus trabalhos nos anos 80, The Cure ainda se mantém em atividade até os dias de hoje fazendo apresentações e gravando álbuns vez por outra.

Houve uma época de minha vida que a considerava uma das melhores bandas que já ouvira. Contudo, ela desceu um pouco em meu ranking pessoal. Eu ainda gosto muito da banda, mas tenho algumas reservas com relação a ela. Uma das razões que me fazem ficar descontente com o The Cure é a figura central de Robert Smith. Um cara que é líder de uma banda e cuja principal função de liderença é demitir, readmitir e demitir de novo instrumentistas não merece lá muito crédito. Claro que acho interessante aquela sutil ironia de uma letra de teor extremamente triste com um ritmo bem alegre; mas somente isso não torna uma banda e suas composições memoráveis. Ainda assim, muitas letras são bem inspiradas; algumas muito tristes, outras com um clima mais de mistério e assombro. Creio que vale a pena conhecer ao menos isso da banda já que algumas (não todas, evidentemente) de suas letras são realmente inteligentes.

Tanto que o que me pego ouvindo deles de vez em quando são menos as canções bem gravadas e mixadas como Just Like Heaven e Pictures of You. A Forest, por exemplo, é uma música muito melhor tanto na composição musical como nas letras.

Não se enganem porque também foi difícil escolher uma música aqui que sirva bem para ilustrar a banda. Usar a música mais conhecida deles (Boys Don't Cry) ou uma que tocou no comercial da HP (Pictures of You) seria muito fácil. Contudo, acabei escolhendo uma que, mesmo sendo facilmente ouvida nas rádios de rock clássico hoje em dia (ainda que não tanto quanto Friday I'm in love), vale a ouvida com atenção.

Baseada no livro O Estrangeiro do filósofo e escritor Albert Camus, Killing an Arab é o primeiro single do The Cure e uma de suas letras mais interessantes. Principalmente pela clara alusão a um grande pensador e genial em suas considerações filosóficas. Alguém que diz que a primeira grande questão da filosofia é se a vida vale a pena ou não ser vivida (a despeito de seus absurdos e incoerências) e não problemas geométricos ou de moral realmente sabe o que diz. Assim, nesse post, recomendo a música, a banda, o filósofo e o pensamento.



Letra:

I'm standing on the beach
With a gun in my hand
Staring at the sea
Staring at the sand
Staring down the barrel
At the Arab on the ground
See his open mouth
But I hear no sound

I'm alive
I'm dead
I'm the stranger
Killing an Arab

I can turn
And walk away
Or I can fire the gun
Staring at the sky
Staring at the sun
Whichever I choose
It amounts to the same
Absolutely nothing

I'm alive
I'm dead
I'm the stranger
Killing an Arab

I feel the silver jump
Down smooth in my hand
Staring at the sea
Staring at the sand
Staring down myself
Reflected in the eyes
Of the dead man on the beach
(Dead man on the beach)

I'm alive
I'm dead
I'm the stranger
Killing an Arab

2 comentários:

Razor NetOut disse...

Achei meio estranho o estilo dessa música. Eu gosto de outras do The Cure, como por exemplo "Boys don't cry", "Close to me" e "In Between Days".

Aliás, foi o livro que te inspirou a ouvir essa música ou o contrário?

Moody Quotidian disse...

Na verdade, eu fiquei sabendo dessa relação há pouco tempo. hehehe Conhecia tanto a música como o livro, mas nunca tinha feito a ligação entre os dois.

Mas, de fato, o estilo da música é diferente daquilo que conhecemos em geral do Cure. E, claro, eu gosto também dessas que usou como exemplo.